Devia de arrumar a cozinha mas quero deitar-me no sofá.
Devia de fazer uma sopa mas quero aquecer os restos de ontem.
Devia de ir correr mas só quero espreguiçar e ficar.
Devia de meditar mas só quero ficar a olhar para a rua.
Devia de acreditar mas só quero estar quieta.
Devia de desligar mas só quero parar.
Entre o devia e o que quero está o espaço do que às vezes é possível fazer naquele momento. E está tudo bem. Às vezes, é nesse espaço, em que sem exigências e apenas no sentir, naquele instante, que a vida volta a mexer por dentro, aos poucos, devagarinho, em surdina e se repete, uma e outra vez... está tudo bem, só assim.
Menos devia e mais querer.
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