Entrei no metro ontem à tarde. Estranhamente, não havia muita gente e consegui sentar-me. Ao lado, uma jovem, cheia de livros e cadernos. Escrevia num deles. Preparo-me para sair na próxima estação. Ela toca-me ao de leve no braço. Viro-me e olho. Ela sorri. Entrega-me o caderno. Capa preta. Respondo com um olhar de dúvida, de quem não percebe. Responde-me com linguagem gestual, que não entendo. Apenas entendo que me quer dar o caderno. O metro quase a parar, quase a abrir as portas e eu não posso perder esta saída. Agradeço um obrigada e com gestos inventados de agradecimento. (Como se diz obrigada em linguagem gestual?). Desejo-lhe boas festas. (Como se diz Boas Festas em linguagem gestual?). E saio a correr. Mesmo a tempo. Digo-lhe adeus e ela desaparece pelo túnel. Abro o caderno. Leio. Choro um choro de verdade. Limpo. Sorrio.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço. Eu Mereço. Eu Mereço.
Eu Mereço,
tudo o que de bom vem até mim.
Aceito-o e sinto-me grata.
tudo o que de bom vem até mim.
Aceito-o e sinto-me grata.
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